Toda a Ferida É Uma Beleza

As autoras lançam-se à descoberta do mais misterioso dos mistérios, o de saber como é que uma menina se diverte.
A menina desta história está possuída de uma incontível vontade de escrever e …
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Categoria: Ficção, Ficção Portuguesa
EAN: 9789897833649
Data de publicação: 20230622
Nº de páginas: 64
Formato: 15,3 x 23,3 x 0,45 cms
Acabamento: capa mole com ilustrações a cores no interior
Peso: 139 gramas
Descrição completa:

As autoras lançam-se à descoberta do mais misterioso dos mistérios, o de saber como é que uma menina se diverte.
A menina desta história está possuída de uma incontível vontade de escrever e de rir o que esbarra com a vontade da madrinha de fazer dela uma criança normal, sossegada e, se possível, mesmo sisuda.
A madrinha contraria a vontade de Maria escrever, no jeito impetuoso em que ela o faz. Castiga-a muitas vezes de modo cruel, mas não consegue levá-la a desistir do desejo de escrever, mesmo quando lhe corta a mão e a menina tem de imaginar a vida que esta leva separada do seu corpo. Mas este nunca esqueceu a mão que teve, por isso ela acabará por regressar.

«Se há coisa que nunca ninguém descobriu, e não se pode descobrir, é o que é uma menina. Como ninguém o sabe, ninguém sabe dizer com certeza quantas vezes uma menina pode nascer, quantas pode morrer, o que a mata ou o que a traz de novo à vida. Qual a diferença entre uma menina e um sonho? Ambos são esquecidos. Entre uma menina e um pesadelo? Ambos são lembrados. Entre uma menina e um machado? Ambos racham. Entre uma menina e um cão? Ambos ladram. Entre uma menina e um chapéu? Ambos servem a uns e não a outros. Entre uma menina e um cavalo? Ambos dançam. Se há mistério no mundo, é o de saber como as meninas se divertem. Descobri-lo obrigaria a saber dizer com certeza aquilo que um ser que ninguém conhece gosta de fazer para passar o tempo. Uma coisa é certa. Aquilo a que se chama “o mundo” é uma conspiração contra a alegria das meninas, contra as meninas se divertirem e se sujarem, contra o seu gozo e as delícias e silêncios desse gozo.»

SOBRE AS AUTORAS:
Djaimilia Pereira de Almeida escreveu, entre outros, Esse Cabelo, Luanda, Lisboa, Paraíso e Três Histórias de Esquecimento. Os seus livros estão editados em várias línguas. Recebeu o Prémio Oceanos 2019 e 2020, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2018 e o Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz 2019. Escreveu no New York Times, la Repubblica, Neue Zürcher Zeitung, Folha de S. Paulo, Lit Hub, Expresso, Serrote, Common Knowledge, ZUM, entre outras publicações. Doutorou-se em Teoria da Literatura na Universidade de Lisboa. Nasceu em Luanda e cresceu nos subúrbios de Lisboa. Na Primavera de 2022, foi a escritora residente da Literaturhaus Zürich. Escreve na Quatro Cinco Um.

Isabel Baraona (Cascais, 1974) é licenciada em Pintura pela La Cambre (Bélgica) e doutorada em Artes Visuais e Intermedia pela Universidade Politécnica de Valência. Em 2013, foi bolseira da Universidade Rennes 2 (França), no âmbito de um pós-doutoramento. É professora na ESAD.CR e investigadora integrada no LIDA. Tem participado em diversas exposições individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro. O seu trabalho está representado em colecções nacionais como Fundação D. Luís I/C. M. Cascais, MGFR (Fernando Figueiredo Ribeiro), Eduardo Rosa, Safira e Luís Serpa, Fundação EDP, Centro Português de Serigrafia; e em colecções internacionais como Yolande De Bontridder e Galila Barzilaï-Hollander, entre outras.

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