«A nostalgia de uma totalidade e um sentido perdidos permeia toda a obra de Broch, numa combinação ambígua entre a lucidez da análise, nomeadamente a análise das modernas sociedades de massas, e o carácter problemático de uma utopia vagamente messiânica. Regressemos à interrogação obsessivamente formulada por Broch em toda a sua obra, tanto literária como ensaística: num mundo sem ética, onde está afinal a possibilidade de uma relação ética com o mundo?»
Do Prefácio
«O tema deste vasto romance não nos é ocultado. Broch tem o cuidado de pôr em destaque os pensamentos teóricos que de outro modo procuraríamos no interior das suas histórias. Os títulos já dizem tudo: Pasenow ou O Romantismo, 1888; Esch ou A Anarquia, 1903; Huguenau ou O Realismo, 1918; e, acima destes três nomes, a palavra nocturna que aqui nem sequer é uma imagem, mas um diagnóstico: Sonâmbulos.»
Maurice Blanchot