Na-o-mi. As três sílabas deste nome, invulgar no Japão da década de 1920, prendem a imaginação de Jo-ji, um engenheiro de 28 anos, que depressa se sente atraído por Naomi, uma recepcionista de café, adolescente de origens obscuras. Seduzido pelo seu comportamento inocente e as suas feições quase eurasiáticas, parecidas com as da actriz Mary Pickford, Jo-ji deseja ardentemente arrancar a jovem Naomi à zona sórdida da Tóquio do pós-Grande Guerra e modelá-la, fazendo dela a sua companheira ideal. Mas quando os dois se juntam e se entregam à sua paixão comum pela cultura ocidental, Jo-ji descobre que Naomi está longe de ser a rapariga naïf das suas fantasias.
Naomi, a obra-prima literária que ajudou a confirmar Junichiro- Tanizaki como um dos maiores romancistas japoneses, ao lado de Mishima e Kawabata, é, ao mesmo tempo, a história da obsessão e do tormento de um homem e uma brilhante abordagem da evolução cultural de um país.
«Tanizaki escreve com uma sensualidade inabalável.»
John Updike
«Na mesma escola de O Amante de Lady Chatterley e Lolita… Poderosamente erótico, terrivelmente engraçado, a obra-prima de um grande romancista.»
Booklist
Naomi começou a ser publicado em folhetins em Março de 1924, no jornal Osaka Asahi. O romance foi entusiasticamente recebido pelos leitores mais jovens, que criaram mesmo a expressão «naomismo». Mas a reacção dos leitores mais conservadores e dos censores do governo fez com que a publicação fosse interrompida em Junho de 1924, a meio do capítulo XVI.
Considerando que se tratava do seu romance favorito dos últimos anos e que a sua inspiração estava no auge, Tanizaki prometeu aos leitores encontrar outra revista ou jornal para continuar a publicar a obra. O folhetim foi, com efeito, reiniciado cinco meses depois, na revista Josei.