«A Ana escreve bem e é um gosto ouvi-la (lê-la) discorrer. Percorre os mistérios da teorização. Procura (e encontra) a modernidade em modos pós-modernos ou a impensável prematura pós-modernidade nos modernos. Encontra, intuitivamente, através do conhecimento, a razão, algumas razões, ou só uma hipótese de razão.
Quando quer, é deliciosamente parcial. Outras vezes, numa só pernada, arruma muitas das confusões contemporâneas e parte, de pratos limpos, à descoberta de mais causas.
O seu papel de “ponte” com o Brasil — com a contemporaneidade brasileira, com a modernidade brasileira, com os arquitectos brasileiros, a “ponte” que tem vindo a construir, lenta e seguramente — é notável, não só pela justeza e oportunidade de divulgação de um espaço cultural com o qual temos tanto a aprender, como pelo “desprezo” que mostra em relação a “nichos” mais à moda, à boleia dos quais a facilidade e o sucesso se poderiam instalar.»
Do Prefácio de Manuel Graça Dias