SOBRE O LIVRO:
Atlas do Corpo e da Imaginação é um livro de Gonçalo M. Tavares que atravessa a literatura, o pensamento e as artes, passando pela imagem e por temas como os da identidade, tecnologia; morte e ligações amorosas; cidade, racionalidade e loucura, alimentação e desejo, etc. Centenas de fragmentos que definem um itinerário no meio da confusão do mundo, discurso acompanhado por imagens d’Os Espacialistas, colectivo de artistas plásticos.
É um livro para ler e para ser visto e é também, de certa maneira, uma narrativa — com imagens que cruzam, com o texto, os temas centrais da modernidade. Neste Atlas do Corpo e da Imaginação, Gonçalo M. Tavares revisita ainda a obra de alguns dos mais importantes pensadores contemporâneos, partindo de Bachelard e Wittgenstein, passando depois por Foucault, Hannah Arendt, Roland Barthes, mas também por escritores como Vergílio Ferreira, Llansol ou Lispector, entre muitos outros. Arquitectura, arte, pensamento, dança, teatro, cinema e literatura são disciplinas que atravessam, de forma directa e oblíqua, o livro.
Com o seu espírito claro e lúcido, Gonçalo M. Tavares conduz-nos com precisão e entusiasmo através do labirinto que é o mundo em que vivemos.
“A tensão entre texto e imagem é uma das grandes originalidades do livro […].”
Miguel Real
“[Os Espacialistas], situando-se num território híbrido entre a arte contemporânea e a arquitectura, […] centram os seus projectos na compreensão das relações espaciais, na transfiguração e na metamorfose do espaço corporalmente e simbolicamente habitado. […] A fotografia possui uma enorme importância no seu trabalho pela sua possibilidade documental, mas também pela forma como pode proporcionar a manipulação e o engodo, parte essencial da ironia dos Espacialistas […].”
Delfim Sardo
“Uma ‘obra de arte total’.
É um empreendimento monumental, aquele a que Gonçalo M. Tavares deu o nome de Atlas […]. O Atlas do Corpo e da Imaginação não só convida o leitor ao passeio errante, à flânerie no seu imenso território, como é ele próprio um exemplo da arte de passear enquanto algo consubstancial ao pensamento. […] O Atlas não é exactamente um livro (ou, pelo menos, deixa que o pensemos para além da forma livro) mas faz apelo à metáfora do livro como uma ‘metáfora absoluta’ […]. Podemos apreender nele a ideia do mundo como livro, segundo aquele princípio formulado por Hofmannsthal: ‘Ler o que nunca foi escrito’. […] Olhar para as palavras com insistência, até que por fim são elas que olham para ele, eis o método de Gonçalo M. Tavares. Não é muito diferente da experiência do espanto de onde se originou a filosofia.”
António Guerreiro no jornal Público (Ípsilon)
“[…] este magnífico Atlas relança toda a plasticidade do ensaio e da sua longa história desde Montaigne até Filomena Molder. A partir de uma tese de doutoramento se fez esta obra maior de um escritor que nunca pára de pensar e de ler. Contra a paragem, esta pergunta: ‘Que pode ainda descobrir quem conhece já o destino?’”
Gustavo Rubim no jornal Público (Ípsilon)
“Jorge Luis Borges gostaria da ambição, erudição, experimentação e mundividência deste Atlas do Corpo e da Imaginação. Superlativas classificações que paradoxalmente até aparentam ser camisas apertadas, gavetas liliputianas, para conter este inusitado novo livro de Gonçalo M. Tavares, [escrito aos] 43 anos, um big bang cujos raios de luz disparam em muitas direções e a grande velocidade, abrindo-se a múltiplas leituras.”
Sílvia Souto Cunha na revista Visão
“Hoje, Gonçalo M. Tavares tem uma projecção e um impacto internacionais só comparáveis, entre os autores portugueses, aos do Nobel José Saramago e, postumamente, de Fernando Pessoa. Isto porque, programada desde o início, a sua obra, multíplice e desafiante, exprime uma verdadeira máquina de pensar e imaginar e de fazer pensar e imaginar. Um laboratório portátil de erudição e ficcionalização que o escritor passeia com originalidade pelo tempo, pela cidade e pelos géneros literários. Atlas do Corpo e da Imaginação […] é um hipertexto que liga ensaio, narrativa e imagem, uma cartilha da visão de M. Tavares sobre o homem, o corpo, o mal e o mundo.”
Filipa Melo no jornal Sol, 2013
SOBRE O AUTOR:
Gonçalo M. Tavares é autor de uma vasta obra que está a ser traduzida em cerca de cinquenta países.A sua linguagem em ruptura com as tradições líricas portuguesas e a subversão dos géneros literários fazem dele um dos mais inovadores escritores europeus da actualidade. Recebeu importantes prémios em Portugal e no estrangeiro. Em Portugal, destacam-se o Grande Prémio de Romance e Novela da APE, o Prémio Literário José Saramago, o Fernando Namora, entre outros. Em França, Aprender a Rezar na Era da Técnica foi premiado com o Prix du Meilleur Livre Étranger em 2010, prémio atribuído antes a autores como Elias Canetti, Robert Musil, Orhan Pamuk, Philip Roth, Gabriel García Márquez, entre outros. Recebeu ainda o Premio Internazionale Trieste Poesia em 2008, o Prémio Belgrado Poesia em 2009, o Grand Prix Littéraire du Web Cultura em 2010 e duas vezes o Prémio Oceanos no Brasil, tendo sido finalista por diversas vezes do Prix Médicis e do Prix Femina. Saramago vaticinou-lhe o Prémio Nobel. Vasco Graça Moura escreveu que Uma Viagem à Índia dará ainda que falar dentro de cem anos. Alberto Manguel considerou-o um dos grandes autores universais. Em entrevista recente, Vila-Matas comparou-o a Kafka e Lobo Antunes. O mesmo já fizera a The New Yorker, afirmando que, tal como em Kafka e Beckett, Gonçalo M. Tavares mostrava que a «lógica pode servir eficazmente tanto a loucura como a razão».
Recentemente, Gonçalo M. Tavares recebeu o primeiro prémio pelo conjunto da sua obra, o Prémio Literário Vergílio Ferreira 2018, pela «originalidade da sua obra ficcional e ensaística, marcada pela construção de mundos que entrecruzam diferentes linguagens e imaginários». Em 2019 recebeu o prémio de melhor tradução literária no México com o livro Uma Menina Está Perdida no Seu Século à procura do Pai.
«Gonçalo M. Tavares é um escritor diferente de tudo o que lemos até hoje. Ele tem o dom – como Flann O’Brien, Kafka ou Beckett – de mostrar a forma como a lógica pode servir eficazmente tanto a loucura como a razão.» [The New Yorker]
«Portugal tem autores que fazem parte da grande literatura universal como Fernando Pessoa, Eça de Queiroz e, na nova geração, Gonçalo M. Tavares.» [Alberto Manguel]
«Estou convencido de que dentro de cem anos ainda haverá teses de doutoramento sobre passagens e fragmentos de Uma Viagem à Índia.» [Vasco Graça Moura]
«O grande escritor português do século XXI.» [José Mário Silva]
«É uma figura de enorme ousadia literária.» [Hélia Correia]
«Gonçalo M. Tavares vale por uma literatura inteira.» [António Guerreiro]
«[…] O único cuja obra eu considero original é o Gonçalo M. Tavares. É um escritor douto, capaz de abarcar um largo espectro de temas, de formas de linguagem, é imensamente culto e consegue trazer essa cultura para dentro dos seus livros.» [João Barrento]
«Há grandes autores portugueses vivos — Agustina Bessa-Luís, António Lobo Antunes e Gonçalo Tavares — que podem equiparar-se aos grandes escritores estrangeiros vivos.» [Pedro Mexia, Antena 3, Julho de 2018]