PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 2019
Uma misteriosa convocatória reúne, numa casa-barco no rio Morava, alguns amigos e colaboradores de um velho escritor. Juntos ouvem, até ao amanhecer, a história que ele tem para lhes contar sobre a odisseia pela Europa de um outrora famoso escritor.
A história revela etapas do passado do narrador e do continente, que a guerra, a morte e outras subtis erosões do tempo tornaram irrecuperáveis. As suas divagações levam-no dos Balcãs a Espanha, Alemanha e Áustria, de um congresso de especialistas sobre as consequências do ruído a um ajuntamento clandestino internacional de virtuosos da harpa de judeu.
Mas a história e a sua narração são assombradas por uma bela desconhecida. Uma mulher que detém um controlo absoluto sobre o escritor.
«Peter Handke possui um dos mais notáveis estilos de prosa em língua alemã do pós-guerra. Um rio veloz, de profundidade retórica, que corre na direção contrária à corrente.»
[The New York Times Book Review]
SOBRE O AUTOR:
Peter Handke nasceu em 1942, em Griffen, na Áustria. Os pais pertenciam ao meio operário, e as dificuldades que teve na infância levaram-no a recusar precocemente as mais diversas formas de opressão. Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Graz, que abandonou em 1963, após o êxito da sua primeira obra, Os Moscardos. Tornou-se depressa um dos autores de língua alemã mais conhecidos e traduzidos, embora muitas vezes envolto em polémica. Escreveu romances, ensaios, poesia, obras de teatro, guiões cinematográficos de filmes de Wim Wenders como A Angústia do Guarda-Redes antes do Penalty e As Asas do Desejo. Em 2019, recebeu o Prémio Nobel da Literatura «por um trabalho influente que, com criatividade linguística, explorou a periferia e especificidade da experiência humana».