«Como se o mundo existisse, eu diria, dos livros de Ana Teresa Pereira, que os lemos ou nos lêem nesse limiar da morte e da infância de um desejo desde sempre recém-nascente, que — em branco, à tona do vazio sem data que se abre entre dois dias — repassa todo o tempo que passa do infinito do tempo que não passa, e é o nunca-sempre deste Neverness sem fim.
Nunca-sempre do infinito do tempo, atravessando essa “eternidade da charneca”, cuja Neverland este Neverness transfigura, me aventuro agora a deixar que me leia assim:
Neverness
A morte viera adormecê-los mas despertava-os Por isso agora no meio da urze e do nevoeiro um ao outro abraçados perdem-se e vagueiam na eternidade da charneca que clareia
até que já não possam morrer sem acordar»
[Miguel Serras Pereira]SOBRE A AUTORA:
Ana Teresa Pereira é escritora: nunca quis ser outra coisa. Entre os autores que a influenciaram contam-se Henry James, Tennessee Williams, Cornell Woolrich e Enid Blyton. A sua paixão pelo cinema, pelo teatro, pela poesia e pelos romances policiais e pulp é visível naquilo que escreve.
É autora, entre outros livros, de Num Lugar Solitário, O Verão Selvagem dos Teus Olhos, O Fim de Lizzie, Karen e Como se o Mundo Existisse.