«Romeu e Julieta é talvez, a par de Hamlet, a peça mais conhecida e popular da dramaturgia shakespeariana, porventura, uma das obras mais emblemáticas da literatura mundial, pela dimensão universal que a história trágica de amores contrariados alcançou ao longo dos tempos. Não é uma história original, nos seus contornos temáticos, no recorte das personagens principais, no travejamento das suas linhas de acção, no desfecho fatal que um destino cego impõe a quem se enreda nas suas malhas. Tem origem na densa simplicidade dos mitos, perdendo-se na profundidade do que no ser humano se sente e reconhece como amor, na fronteira inevitável e trágica da morte, na ilusão de invencibilidade da paixão, contra ódios e reversos da sorte. Romeu e Julieta já não são apenas os nomes dos protagonistas da peça shakespeariana, mas identificam ícones intemporais do amor romântico, tornando-se sinónimos de jovens apaixonados, universalmente reconhecidos e glosados.»
Da Introdução de Filomena Vasconcelos