«A verdade é que escrever Os Subterrâneos em três noites foi uma proeza fantástica, tanto em termos atléticos como mentais, devia ter-me visto logo após ter terminado… Fiquei pálido que nem um lençol, perdi quase sete quilos e ao espelho tinha uma tez cor de laranja.»
Jack Kerouac em entrevista à The Paris Review, 1968
«Um livro escrito em três maratonas nocturnas alimentadas a comprimidos de benzedrina não pode ser lido como um livro “normal”. Quem o fizer arrisca-se a perder o pé antes mesmo de chegar ao fim do primeiro parágrafo, engolido pela torrente de frases que têm na musicalidade o seu grande suporte. Eis pois o ponto fulcral: Os Subterrâneos não pode ser lido, tem de ser trauteado como uma linha melódica e só assim se torna inteligível e belo. E tem de ser trauteado depressa, a um ritmo de cortar a respiração. O ideal, aliás, seria que o leitor se dispusesse a ler este livro em apenas três noites, com todos os custos inerentes a esse gesto.»
Do Prefácio