Os Fidalgos da Casa Mourisca foi o último romance escrito por Júlio Dinis, tendo sido publicado em 1871, já depois da sua morte.
Narra a vida de uma família nobre de Vilar de Corvos atingida por diversas tragédias.
Na Casa Mourisca, vivem agora apenas o velho fidalgo D. Luís, abalado pela morte da mulher e da filha mais nova, e os filhos Jorge e Maurício. S o estes que tentam reverter a decadência familiar, devolvendo prestígio à casa e trazendo prosperidade às suas terras.
O drama surge na relação amorosa entre Jorge e Berta da Póvoa, filha do antigo caseiro de D. Luís, que regressa à povoação depois de ter sido educada na cidade.
«À maneira daqueles povoados, que ele mesmo desenha, escondidos nos vales sob o ramalhar dos castanheiros, os seus livros ser o procurados como lugares repousados, de largos ares, onde os nervos se v o equilibrar e se vai pacificar a paixão e o seu tormento.» [Eça de Queirós]
«[…] qualquer leitor, entrando, inocente, em contacto com o Autor de Os Fidalgos da Casa Mourisca, notará ser a sua escrita tributária de dois tipos de sensibilidade: a romântica e a realista.» [Maria Lúcia Lepecki]
«A obra de Júlio Dinis abre um espaço único no panorama literário do romance português oitocentista.» [Helena Buescu]
SOBRE O AUTOR:
Júlio Dinis nasceu no Porto a 14 de Novembro de 1839. O seu nome verdadeiro era Joaquim Guilherme Gomes Coelho, um médico de ascendência britânica. Colaborou na imprensa com vários pseudónimos. Foi leitor de Dickens, Jane Austen, Richardson e Balzac. Em termos de correntes literárias, inseriu-se na transição entre o romantismo e o realismo. Escreveu o seu primeiro romance, As Pupilas do Senhor Reitor, quando tinha vinte e sete anos, e A Morgadinha dos Canaviais em 1868. Publicou também poesia e teatro. Morreu na cidade onde nascera, com apenas trinta e um anos.