POSFÁCIO DE ALBERTO MANGUEL
O senhor Walser constrói a sua nova casa no meio da floresta. Está à espera de alguém e, felizmente, a campainha toca.
«Como o senhor Walser está contente! No meio de arbustos, ervas selvagens e outras manifestações da natureza ainda em pleno e imprevisível trajecto de vida, eis que foi possível construir — por via de um sentido técnico especializado de que só a grande civilização é capaz — a casa simples, sem nada de luxuoso ou ostensivo, uma mera casa para viver, a de Walser, homem que se encontra, por enquanto, sozinho no mundo, mas que vê naquela construção finalmente terminada — quantos anos demorou?! tantos! — uma oportunidade para no fundo, sejamos sinceros, encontrar companhia.»
«O genial Tavares, que inventou o Bairro onde vivem os mais estranhos e ao mesmo tempo os mais simples senhores que um Criador poderia imaginar, é um se- nhor que gosta de sumo de ananás e que leva inscrito na cabeça tudo o que já escreveu e tudo o que ainda escreverá. Há anos que suspeito que ele também vive no Bairro.» [Enrique Vila-Matas]
«Os diferentes volumes abrem para o mapa deste bairro utópico, para não dizer ideal, constituído por altos edifícios estreitos, dispostos em fila, flanqueados pelos nomes ilustres dos seus habitantes. […] Tavares descreve cada um deles como um feroz solitário, preso na armadilha do seu pensamento, esforçando-se por reordenar o mundo segundo a sua própria lei, dando corpo a um sonho que agita e abala o real.»[Le Monde]
«Um autor que entra na História da Literatura […]. A sua prosa descaradamente poética, a sua matriz filosófica e a sua capacidade icónica não têm comparação entre os contemporâneos.»[Andrés Sánchez Magro, La Razón]
«As piruetas abstractas e os jogos de lógica zigueza- gueiam nestas histórias extraordinariamente inteligentes» [Gilles Heuré, Télérama]
«Deliciosa invenção gráfico-literária.»[La Repubblica]