POSFÁCIO DE ALBERTO MANGUEL
O senhor Brecht é um contador de histórias, histórias por vezes políticas e com um certo humor negro. Tem sucesso e isso é um problema.
«O desempregado com filhos:
Disseram-lhe: só te oferecemos emprego se te cortarmos a mão.Ele estava desempregado há muito tempo; tinha filhos, aceitou.Mais tarde foi despedido e de novo procurou emprego.Disseram-lhe: só te oferecemos emprego se te cortarmos a mão que te resta.Ele estava desempregado há muito tempo; tinha filhos, aceitou.Mais tarde foi despedido e de novo procurou emprego.Disseram-lhe: só te oferecemos emprego se te cortarmos a cabeça.Ele estava desempregado há muito tempo; tinha filhos, aceitou.»
«O genial Tavares, que inventou o Bairro onde vivem os mais estranhos e ao mesmo tempo os mais simples senhores que um Criador poderia imaginar, é um se- nhor que gosta de sumo de ananás e que leva inscrito na cabeça tudo o que já escreveu e tudo o que ainda escreverá. Há anos que suspeito que ele também vive no Bairro.» [Enrique Vila-Matas]
«Se não escrevesse livros, Gonçalo M. Tavares, estrela das letras portuguesas, podia ter sido urbanista: para ele a literatura é espaço, lugar onde habitar. Aberto e comum. A escrita é como uma casa com os seus alicerces, paredes e janelas que dão para o mundo. Por isso imaginou O Bairro, a sua biblioteca ideal concebida como uma cidade ideal que povoa pouco a pouco de “senhores”, os artistas preferidos do seu panteão, a quem consagra desde 2002 pequenos livros impossíveis de classificar.» [Livres Hebdo]
«Magnífico e hilariante.» [Le Magazine Littéraire]
«A sua escrita reúne, como poucas, uma imaginação transbordante, uma prosa elegante, eficaz, e uma tremenda originalidade.» [Sergio Pitol]
«É travesso, absurdo, borgeano. Parece Beckett cantado por Charles Trenet.» [Le Nouvel Observateur]
«Universos lúdicos, engenhosos e humorados.»[Bernardo Carvalho]