O Marinheiro de Gibraltar

«Era uma vez um homem que não era feliz. Tinha uma mulher que não lhe agradava e um trabalho que lhe causava horror. […] [Um dia,] quando se sentia muito infeliz, encontrou uma mulher de grande b…
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Categoria: Ficção
Tradução: Isabel St. Aubyn
EAN: 9789897833274
Data de publicação: 20230322
Nº de páginas: 312
Formato: 15,3 x 23,3 x 2,1 cms
Acabamento: capa mole
Peso: 468 gramas
Descrição completa:

«Era uma vez um homem que não era feliz. Tinha uma mulher que não lhe agradava e um trabalho que lhe causava horror. […] [Um dia,] quando se sentia muito infeliz, encontrou uma mulher de grande beleza, que tinha muito dinheiro e um barco. Ela percorria os mares em busca do marinheiro de Gibraltar. Quem é o marinheiro de Gibraltar? É a juventude, o crime e a inocência, um homem simples, o mar, as viagens. Um homem que ela amou e que desapareceu, que está talvez morto ou se esconde. Ele encontrou-a. Gostam um do outro. Ele teve a coragem de decidir sobre a sua vida. É livre. Não tem um cêntimo. Ela contrata-o para o seu navio. Ele vai ajudá-la a procurar o marinheiro de Gibraltar. Partem.»

SOBRE A AUTORA:
Marguerite Duras nasceu a 4 de Abril de 1914 em Gia Dinh, perto de Saigão, na então Indochina Francesa, cuja paisagem a marcaria profundamente. O seu pai era director de uma escola e faleceu em 1921 num hospital francês. A mãe, professora, regressou então à metrópole com os três filhos, mas em Junho de 1924 partiu para Phnom Penh, no Camboja, e depois para Saigão, onde adquiriu terras e se fixou em 1928 (a posse de terras depressa se revelou ruinosa e a mãe voltou ao ensino). Marguerite Duras fez estudos secundários num liceu de Saigão, tirando um bacharelato em Filosofia. Tinha 18 anos quando se fixou definitivamente em Paris, onde estudou Direito e seguiu cursos de Matemática. Em 1936, Duras conhece Robert Antelme, com quem viria a casar em Setembro de 1939. Empregara-se, entretanto, como secretária no Ministério das Colónias.
Em 1942, preside a um comité de leitores controlado pelo regime de Vichy. Em 1943, o apartamento de Duras e Robert Antelme torna-se um ponto de encontro de intelectuais, entre os quais Jorge Semprún. O casal vai participar na Resistência e, em Junho de 1944, Robert Antelme é detido pela Gestapo e Marguerite Duras tem de fugir. É ainda durante a guerra que Duras publica os seus primeiros livros, Les impudents em 1943 e La vie tranquille no ano seguinte, ambos ainda com uma estrutura tradicional. Depois da libertação, filiou-se no PCF, de onde saiu anos mais tarde. Em 1950, torna-se conhecida através de um romance de inspiração autobiográfica, Uma Barragem contra o Pacífico, onde as características do seu estilo são já visíveis. Em 1954, participa no comité de intelectuais contra a guerra na Argélia. É já então evidente que o romance tradicional não interessa a Marguerite Duras e que ela procurava uma voz singular através da desestruturação das frases, da estranheza das personagens, da acção e do tempo. Os seus temas são o amor, a espera, a sensualidade feminina e o álcool. Moderato Cantabile, de 1958, subverte as convenções vigentes num estilo que depressa se alarga às suas peças teatrais e textos cinematográficos. Em 1958, escreve o argumento cinematográfico de Hiroshima, Meu Amor, que será realizado por Alain Resnais. Em obras como Le ravissement de Lol V. Stein (1964) e O Vice-Cônsul (1966), Duras confirma um estilo cada vez mais despojado e de grande rigor formal. Duras realiza em 1966 o seu primeiro filme, La Musica, e Détruire, dit-elle em 1969. É então uma autora de culto. Tornar-se-ia uma das escritoras mais lidas em todo o mundo depois de publicar em 1984 O Amante, que recebe o Goncourt. Em 1987, Duras procura explicar a sua dependência do álcool na obra A Vida Material. A partir do final dos anos 80, padece de várias doenças e começa a sentir dificuldades na escrita, tendo mesmo sido mantida em coma artificial durante cinco meses. Publica ainda O Amante da China do Norte, em 1991, Yann Andréa Steiner, em 1992, e Écrire, em 1993. Faleceu a 3 de Março de 1996, com 81 anos, e o seu túmulo, tão despojado como a sua escrita, pode ser visitado no Cemitério de Montparnasse.

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