Neste seu livro, Byung-Chul Han analisa o universo digital verificando como se desvanece o nosso apego às coisas tangíveis que confe- riam ao mundo uma sensação de estabilidade. «Hoje encontramo-nos na transição da era das coisas para a era das não-coisas. Não são as coisas, mas as informações que determinam o mundo em que vivemos.» Para o filósofo germano-coreano, o mundo esvazia-se de coisas e enche-se de informação tão inquietante como vozes que não podemos atribuir a um corpo. Os meios digitais substituem a memória, sem violência, como se isso fosse natural ou até inevitável. A informação simplifica os acontecimentos e alimenta-se da surpresa, para logo se desatualizar. Como caçadores de informação, vamo-nos alheando das coisas discretas, habituais, que nos ligam ao ser. Byung-Chul Han desenvolve assim uma filosofia do smartphone e uma crítica à inteligência artificial, a partir de uma perspetiva inovadora.
SOBRE O AUTOR:
Byung-Chul Han nasceu em Seul, em 1959, onde estudou Metalurgia. No final dos anos 80, deslocou-se para a Alemanha, apesar de desconhecer a língua do país. Estudou Filosofia na Universidade de Friburgo e Literatura Alemã e Teologia na Universidade de Munique. Em 1994, doutorou-se naquela universidade com uma tese sobre Martin Heidegger. Atualmente ensina Filosofia na Universidade das Artes de Berlim, depois de ter ensinado Filosofia e Teoria dos Meios de Comunicação na Escola Superior de Desenho de Karlsruhe, onde teve como colega Peter Sloterdijk, com quem manteve algumas polémicas.