Tolstói escreveu Hadji-Murat entre 1896 e 1904 em sucessivos rascunhos, mas a novela manteve-se inédita até à sua morte.
A narrativa decorre durante as campanhas do Império Russo contra os muçulmanos das montanhas e florestas caucasianas. Como chefe guerreiro, Hadji-Murat tornou-se lendário muito antes da sua morte em combate.
O livro foi elogiado por leitores tão diversos como Wittgenstein e Isaac Babel. O autor de Investigações Filosóficas ofereceu um exemplar da obra ao seu discípulo Norman Malcolm quando este cumpriu o serviço militar, afirmando que havia muito a retirar dela.
«Aqui, a descarga eléctrica partiu da terra, passou pelas mãos e foi direita ao papel, sem qualquer tipo de isolamento, arrancando todas as camadas exteriores com um sentido de verdade.»
[Isaac Babel]
«Hesitamos em colocar Hadji-Murat acima de todas as outras realizações de Tolstói no domínio da novela, um género em que ele se notabilizou e que inclui obras tão extraordinárias quanto A Morte de Ivan Iliitch, Senhor e Servidor, O Diabo, Os Cossacos, A Sonata de Kreutzer e O Padre Sérgio. Contudo, nem mesmo as duas primeiras obras desta lista me impressionam tanto quanto Hadji-Murat me tem impressionado desde que a li pela primeira vez, há mais de quarenta anos. Ela é a minha pedra-de-toque pessoal para o sublime da prosa de ficção; aquela que considero ser a melhor história do mundo, ou pelo menos a melhor que eu li até hoje.»
[Harold Bloom]