Nabokov foi um dos raros escritores exilados pela Revolução de Outubro de 1917 que preservou na memória a Rússia da sua infância como paraíso perdido a que nunca quis regressar.
A sua obra não é, pois, um ajuste de contas com os acontecimentos que destruíram as paisagens da sua infância e juventude.
Fala, Memória é um dos mais deslumbrantes livros que alguém escreveu sobre o seu passado. Talvez porque, para Nabokov, mais importante do que a política ou a vida usual, era a arte sob a forma da escrita, o amor, o voo colorido das borboletas, a recusa da vulgaridade e os problemas de xadrez.
«O presente trabalho colecciona recordações pessoais sistematicamente correlacionadas, que em termos geográficos se estendem de São Petersburgo a Saint-Nazaire e abrangem trinta e sete anos, de Agosto de 1903 a Maio de 1940, com incursões várias a um espaço–tempo posterior.»
Do Prefácio de Vladimir Nabokov