«No já longínquo dia em que entrei na sala do Grémio Literário para apresentar este livro, estava consciente de que, num país onde praticamente não se publicam memórias, onde a hipocrisia é endémica e onde o respeitinho pelos superiores é tido como um valor supremo, o que escrevera poderia causar ondas, mas não imaginei o circo que me esperava. Verifiquei que, no país onde nasci, falar de pessoas, identificando‑as, é um pecado mortal.» [Do Prefácio à 10.ª Edição]
SOBRE A AUTORA:
Maria Filomena Mónica nasceu em Lisboa em 1943. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Lisboa em 1969. Doutorou-se em Sociologia pela Universidade de Oxford em 1978. A par da carreira e das actividades académicas, colaborou regularmente nos meios de comunicação social. Escreveu mais de duas dezenas de livros. Os mais recentes são Eça de Queirós (2001) (traduzido na Grã-Bretanha e nos EUA em 2006), D. Pedro V (2005), Bilhete de Identidade (2005), Cesário Verde (2007), Fontes Pereira de Melo (2009), Os Cantos (2010), A Morte (2011), A Minha Europa (2015), Os Pobres (2016), Os Ricos (2018), Nunca Dancei num Coreto (2018), O Olhar do Outro (2020), O Meu País (2020), Uma Estranha Amizade: Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão (2021) e Duas Mulheres (2022). Actualmente, é investigadora emérita do ICS da Universidade de Lisboa.