«Pessoa morreu em 30 de Novembro de 1935, de uma “cólica hepática” no hospital particular de São Luís dos Franceses no Bairro Alto, então um dos melhores de Lisboa. Antes de entrar em coma escreveu a lápis num papel: “I know not what tomorrow will bring.”
Deixava dispersa uma obra já ampla em poesia e prosa e amigos que reconheciam ou suspeitavam o seu génio por entre o alheamento do público.
O previsível Diário de Notícias falou da morte “de um grande poeta de Portugal” numa referência à Mensagem e a Presença dedicou-‑lhe um número especial.
Foi lentamente que a sua dimensão emergiu da mítica arca que legou à posteridade, e que, irradiando o enigmático fascínio dos seus textos, deu aos críticos o que em vão Joyce pediu para o seu Finnegans Wake, ou seja, trabalho para várias gerações.»
Do Prefácio