Passado no final do século XVIII, Andreas é a história de um jovem aristocrata que parte, sozinho e confiante, a caminho de Veneza.
A dada altura, contrata um criado que vai provocar acontecimentos que corrompem a primeira experiência amorosa de Andreas. Mas a perda da inocência de Andreas acaba por acontecer em Veneza, uma cidade de trevas e esplendor, por entre becos misteriosos e palácios sombrios, com mulheres — madonnas ou prostitutas — irreconhecíveis por detrás das máscaras.
Andreas foi escrito entre 1912 e 1913, tendo ficado inacabado à morte do autor, em 1929. Foi publicado no ano seguinte. A novela foi uma tentativa de Hofmannsthal para reconquistar a unidade perdida. A primeira referência ao projecto de a escrever surge no seu diário, com data de 1905, remetendo para a preocupação de «querer morrer reconciliado com a infância».
Hugo von Hofmannsthal nasceu em Viena, em 1874, num tempo que classificou como de «polissemia e indefinição». Começou a publicar poesia aos dezasseis anos. Escreveu libretos, manteve correspondência com Richard Strauss e conheceu Stefan Zweig e Arthur Schnitzler. Deixou uma vasta obra de poesia, teatro e ficção. Um dos seus ensaios, A Carta de Lord Chandos, constitui uma singular reflexão sobre a escrita.