LIVRO EM PRÉ-VENDA. ENVIOS DIA 1 DE MAIO.
PREFÁCIO DE INÊS PEDROSA
«“A História é uma ficção controlada”, declara Agustina perto do fim do livro, encerrando a divagação sobre a promiscuidade indestrinçável entre o real, o imaginário e o recordado. Estas três dimensões sobrepõem-se neste romance quase policial, que nos apresenta a implosão da Idade Média como causa e consequência do épico amor de Pedro e Inês. Seria, de facto, épico, esse amor? Como nasceu e evoluiu? Foi clandestino, ou legal? Terá passado de desejo a paixão, de paixão a amor, e a tédio, e a prisão, e a raiva, e a instrumento de vingança? Terá Pedro sido atraído pelos puros encantos de Inês ou pela ambição de tomar o trono de Espanha ao seu sobrinho Pedro (outro Pedro-cru, espelho e inimigo) e assim desesperar Afonso IV, seu pai? Quem era Pedro? Quem era Inês? Que ligações existiam entre as famílias de um e de outro, com o seu cortejo de bastardias entre as frescas fronteiras?» [Do Prefácio]
SOBRE A AUTORA:
Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa nasceu no dia 15 de Outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante. Viveu a maior parte da sua vida no Porto. Publicou o primeiro livro, a novela Mundo Fechado, em 1948, muito elogiado por Pascoaes e Aquilino. Seguiram-se, com especial destaque, os Contos Impopulares (1951-1953) e, em 1954, o duplamente premiado romance A Sibila, que, no dizer de Eduardo Lourenço, «deslocou o centro da atenção literária».
Agustina iniciou então, em vertiginoso ritmo, a edição de muitas dezenas de obras percorrendo todos os géneros literários, incluindo a imprensa periódica, simultaneamente com a representação de Portugal em organismos internacionais, tais como o Congress for Cultural Freedom (1959) e a Communità Europea degli Scritori (1961/62). Tem a Laurea Honoris Causa da Università degli Studi di Roma «Tor Vergata» (2008).
Foi distinguida com o grau de Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres, atribuído pelo Governo francês em 1989.
Foi Sócia Emérita da Academia das Ciências de Lisboa. Viajou e usou da palavra por quase todo o mundo. Entre outros, foram-lhe conferidos o Prémio Ricardo Malheiros (A. C. L.) 1966 e 1977, o Prémio Adelaide Ristori (Centro Cultural Italiano de Roma, 1975), o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 1983 e 2001, o Prémio Internacional União Latina 1997, o Prémio Camões 2004 e o Prémio de Literatura do Festival Grinzane Cinema de Turim 2005.
«Eu considero-a com Fernando Pessoa um dos dois escritores verdadeiramente geniais que Portugal produziu no século XX, e creio que todos os outros estão muito, mas muito abaixo deles. Mais, para mim a Agustina é o maior escritor em prosa de toda a literatura portuguesa» (António José Saraiva, in António José Saraiva e Óscar Lopes: Correspondência).
Morreu com 96 anos, a 3 de Junho de 2019.