A Marca na Parede, primeiro conto de Virginia Woolf, foi publicado em 1917 como parte do volume Duas Histórias, escrito pela autora e pelo marido, Leonard Woolf. Mais tarde, em 1921, foi publicado como parte da coletânea Monday or Tuesday.
Este conto é escrito na primeira pessoa, como um monólogo em estilo de «fluxo de consciência». A narradora repara numa marca na parede e reflete sobre os mecanismos da mente, abordando temas como religião, autorreflexão, natureza e incerteza, e recordando o desenvolvimento dos padrões de pensamento iniciados na infância.
SOBRE A AUTORA:
Virginia Woolf nasceu em Hyde Park Gate em 1882, num final de século vitoriano. Teve a sua primeira crise depressiva em 1904, aquando da morte do pai. Mudou-se, em seguida, para a casa do irmão Thoby e da irmã, a pintora Vanessa Bell, em Bloomsbury, onde estes se reuniam com outros escritores e artistas. Essa foi a origem do célebre Bloomsbury Group. Entre os seus participantes estava também Leonard Woolf, com quem Virginia se casou em 1912. Cinco anos mais tarde, o casal fundou a The Hogarth Press.
O primeiro romance de Virginia Woolf, A Viagem, foi editado em 1915, mas seria O Quarto de Jacob (1922) a suscitar o seu reconhecimento como uma escritora inovadora. Essa evolução seria confirmada em Mrs. Dalloway.
A sua abordagem modernista, caracterizada pelo uso da corrente de consciência e com ênfase na personagem e não no enredo, foi desenvolvida em Rumo ao Farol, nos monólogos de As Ondas, em Entre os Atos e em vários dos seus contos. Virginia Woolf suicidou-se no rio Ouse a 28 de março de 1941, em plena II Guerra Mundial. Tinha então quase sessenta anos, publicara nove romances, sete volumes de ensaios, duas biografias e vários contos.