A memória de Knausgård não segue uma ordem cronológica. Avança, recua, detém-se e depois adquire um novo impulso.
Isso torna-se evidente nesse exercício de realismo autobiográfico que é A Minha Luta.
No terceiro volume, A Ilha da Infância, situamo-nos no Verão de 1969 na ilha de Tromøya, na costa sul da Noruega, aonde Karl Ove chega num carrinho empurrado pela mãe.
É nesse universo familiar, entre as florestas carregadas de mistérios, que se desenvolvem as intensas experiências da infância.
Knausgård fala-nos das suas sensações sobre a natureza do tempo, da memória e da existência, a felicidade de ir à escola, os prazeres e pro- blemas da amizade, a excitação da vida ao ar livre, a descoberta sempre inesperada do amor, os medos, as alegrias, a leitura, as roupas, a música e o desporto.
E tudo isso entretecido na serena atenção da mãe e no autoritarismo do pai, sempre disposto a castigar.
«Fascinante. Knausgård é um herói que alcançou a grandeza, renun- ciando a qualquer género de truque literário. (…) Leio os seus livros convulsivamente, não posso parar.» [Jonathan Lethem]
«Knausgård combina autoficção e reflexão como ninguém o fez antes. Ao lê-lo, sentimos que estamos a absorver o retrato completo de uma vida.» [Jeffrey Eugenides]
«É talvez o mais significativo projecto literário do nosso tempo.»
[Rachel Cusk, The Guardian]
«Knausgård não é um homem irascível, mas um idealista apaixonado. Quer criar grande arte e quer lutar contra a uniformidade e conformidade da vida burguesa contemporânea.» [James Wood, The New Yorker]