LIVRO EM PRÉ-VENDA. ENVIOS DIA 12 DE MARÇO.
Tradução, posfácio e notas: Paulo Faria
Introdução: G. K. Chesterton
Enquanto o caso Jarndyce contra Jarndyce se arrasta pelo Tribunal da Chancelaria, reúne-se um grupo diversificado de pessoas. Ada Clare e Richard Carstone, cuja herança é gradualmente consumida pelas custas judiciais; Esther Summerson, uma pupila do tribunal cuja origem é um mistério crescente; o ameaçador advogado Tulkinghorn; o determinado inspector Bucket; e até Jo, o varredor de ruas.
Um retrato implacável, mas frequentemente cómico, de uma sociedade apodrecida até à raiz, A Casa Sombria é um dos romances mais ambiciosos de Dickens, abrangendo das salas da aristocracia aos bairros mais miseráveis de Londres.
«A Casa Sombria talvez seja o seu melhor romance… Quando Dickens o escreveu, já havia amadurecido.» [G. K. Chesterton]
SOBRE O AUTOR:
Charles Dickens nasceu em Landport, Portsmouth, na Grã-Bretanha, a 7 de Fevereiro de 1812. Era o segundo de oito filhos. O seu pai, empregado nos serviços do porto e de espírito fantasioso, abandonou a instrução de Charles, que se foi educando, ao acaso, depois de sair da escola primária, que frequentou até aos nove anos.
Fugindo aos credores, a família mudou a residência para Londres, onde o pai de Dickens acabou por estar preso em Marshalsea, residência habitual de devedores insolventes. Toda a família viveu ali durante algum tempo, ficando Dickens abandonado a si próprio. Empregou-se numa drogaria, onde passou diversas humilhações, embalando durante dois anos pomada para calçado. Entretanto, o pai recebera uma pequena herança e tornara-se repórter parlamentar.
Dickens, a quem a mãe, uma mulher instruída, ensinara o que sabia, foi enviado para um colégio de Hampstead Road, saindo dali para um cartório de um advogado, experiência que surge, tal como vários episódios da sua infância, transfigurada em David Copperfield. Nessa altura, frequentou a biblioteca do British Museum e, em 1828, começou a fazer relatos parlamentares, mas só em 1834, ao ingressar na redacção do Morning Chronicle, se lançou no jornalismo. O seu primeiro trabalho foi publicado em 1833 no Old Monthly Magazine e integrado na colecção Sketches by Boz, seu primeiro pseudónimo. Em 1836 casou com Catherine Hogarth, filha de um seu companheiro de redacção, e publicou a obra que o devia tornar famoso, Os Cadernos de Pickwick.
Com tiragem inicial de 400 exemplares, o livro em breve alcançaria os 40 mil exemplares. A partir de então, Dickens escreveu vários romances, entre os quais Oliver Twist (1839), A Loja de Antiguidades (1841), Martin Chuzzlewit (1843-44), David Copperfield (1850), Tempos Difíceis (1854), Little Dorrit (1855-57), Grandes Esperanças (1861) e o notável O Amigo Comum (1865). Dickens fez duas viagens à então jovem república da América, no decurso das quais foi entusiasticamente recebido. Mas a América desiludiu-o, como se pode ver nas suas American Notes (1842). Ao fim de vinte anos de casamento, Charles Dickens divorciou-se, dividindo entre ele e a mulher os filhos que tiveram. Já no fim da vida, viajou por Itália e foi convidado para conferências na Austrália. Em 1860 a sua saúde começou a fraquejar. Morreu em Londres a 9 de Junho de 1870, sendo sepultado no Poets’ Corner da Abadia de Westminster.
Eça de Queirós resumiu deste modo a obra de Dickens: «Nenhum outro romancista possuiu como ele o poder de criar figuras vivas, e o dom supremo de comover e de produzir as lágrimas e o riso, de fazer sentir, de fazer pensar.»
E, de modo igualmente lapidar, Chesterton considerou que «Dickens nasceu, viveu e morreu, mas a sua presença ficou para sempre».