«Compreende-se, assim, sem dificuldade, que Max Weber parta de ideias gerais e comece pela génese da economia moderna das trocas. Segue-se uma descrição pormenorizada do desenvolvimento das bolsas e uma análise comparativa das suas práticas na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos da América, em França e na Alemanha. Só depois apresenta Weber as suas próprias propostas de reforma. Na segunda parte, Weber explica com muita clareza a razão pela qual a especulação — enquanto reacção à orientação de lucros em face de perspectivas marcadas pela incerteza — conduz, ao fim e ao cabo, a uma racionalização da avaliação daquilo que o futuro oculta. A especulação, surpreendida no plano da sua utilidade intrínseca e da sua lógica interna, é como que “lavada” por Weber da reprovação com que é geralmente encarada, sem que tal, no entanto, equivalha a qualquer apologética do sistema capitalista moderno, como veremos.»
Do Estudo Introdutório