A Alma dos Ricos

PREFÁCIO DE ANTÓNIO COUTO

«É do conhecimento do leitor a trilogia constituída por Jóia de Família (2001), A Alma dos Ricos (2002) e Os Espaços em Branco (2003), três romances em catadupa s…
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16.20 

Categoria: Ficção Portuguesa
EAN: 9789897832475
Data de publicação: 20221222
Nº de páginas: 312
Formato: 15,3 x 23,3 x 2,1 cms
Acabamento: capa mole
Peso: 485 gramas
Descrição completa:

PREFÁCIO DE ANTÓNIO COUTO

«É do conhecimento do leitor a trilogia constituída por Jóia de Família (2001), A Alma dos Ricos (2002) e Os Espaços em Branco (2003), três romances em catadupa saídos da apurada pena de Agustina Bessa­‑Luís, e a que a autora deu o suporte comum de O Princípio da Incerteza. […] A escrita de Agustina é como a água limpa e límpida, que tanto corre rápida como a lançadeira no tear como pode enredar­‑se em longos e lentos rodopios, como o abutre, antes de rapidamente se precipitar sobre a presa. Para o leitor, é uma teia sincopada com múltiplos sustenidos e bemóis e bandos de estorninhos que seguem os trilhos e os tempos que só eles verdadeiramente sabem, e de que logo apagam o rasto, como se se sentissem donos do espaço e do tempo, e nem o uso das pistas quisessem conceder a ninguém. Agustina, que se interessa pelos meandros da alma humana, atravessa o lugar, mas foge­‑lhe a pena para o deslugar, atravessa o tempo, mas foge­‑lhe o alento criador para o destempo. Confirma bem o que acabo de dizer a lúcida descrição de José Luciano, após ter saído da prisão, desenhando com mestria o retrato de Vanessa: “Os hábitos são o que nos perde. Variar é humano e esconde as pistas”, dizia Vanessa.» [Do Prefácio de António Couto]

SOBRE A AUTORA:
Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa nasceu no dia 15 de Outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante. Viveu a maior parte da sua vida no Porto. Publicou o primeiro livro, a novela Mundo Fechado, em 1949, muito elogiado por Pascoaes e Aquilino. Seguiram-se, com especial destaque, os Contos Impopulares (1951- -1953) e, em 1954, o duplamente premiado romance A Sibila, que, no dizer de Eduardo Lourenço, «deslocou o centro da atenção literária». Agustina iniciou então, em vertiginoso ritmo, a edição de muitas dezenas de obras percorrendo todos os géneros literários, incluindo a imprensa periódica, simultaneamente com a representação de Portugal em organismos internacionais, tais como o Congress for Cultural Freedom (1959) e a Communità Europea degli Scritori (1961/62). Tem a Laurea Honoris Causa da Università degli Studi di Roma «Tor Vergata» (2008).
Foi distinguida com o grau de Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres, atribuído pelo Governo francês em 1989.Foi Sócia Emérita da Academia das Ciências de Lisboa. Viajou e usou da palavra por quase todo o mundo. Entre outros, foram-lhe conferidos o Prémio Ricardo Malheiros (A. C. L.) 1966 e 1977, o Prémio Adelaide Ristori (Centro Cultural Italiano de Roma, 1975), o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 1983 e 2001, o Prémio Internacional União Latina 1997, o Prémio Camões 2004 e o Prémio de Literatura do Festival Grinzane Cinema de Turim 2005.«Eu considero-a com Fernando Pessoa um dos dois escritores verdadeiramente geniais que Portugal produziu no século XX, e creio que todos os outros estão muito, mas muito abaixo deles. Mais, para mim a Agustina é o maior escritor em prosa de toda a literatura portuguesa» (António José Saraiva, in António José Saraiva e Óscar Lopes: Correspondência). Morreu com 96 anos, a 3 de Junho de 2019.

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