A AGONIA DE EROS

Para Byung-Chul Han, um dos traços característicos da sociedade ocidental é a agonia de Eros. O eu narcísico tende a fazer dos outros um seu prolongamento e a esperar que o amor seja, antes de mai…
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Categoria: Filosofia
Tradução: Miguel Serras Pereira
EAN: 9789896414580
Data de publicação: 20141122
Nº de páginas: 64
Formato: 15,3 x 23,3 cms
Acabamento: Capa Mole
Peso: 134 gramas
Descrição completa:

Para Byung-Chul Han, um dos traços característicos da sociedade ocidental é a agonia de Eros. O eu narcísico tende a fazer dos outros um seu prolongamento e a esperar que o amor seja, antes de mais, algo de agradável.
As raízes deste fenómeno mergulham na sociedade atual. A conceção neoliberal de liberdade manifesta-se sob o imperativo de que cada qual deve ser livre. Mas trata-se de uma liberdade paradoxal, pois é uma espécie de servidão voluntária em que cada um é o seu próprio empresário e trabalhador em busca de êxito. Desse modo, o neolibera- lismo, com o seu encorajamento dos impulsos narcísicos do enriquecimento, gera uma sociedade de depressão e de cansaço.
As fronteiras, as diferenças e as distâncias esbateram-se e já não estimulam a fantasia que engendra o outro, um dos elementos necessários ao Eros. O capitalismo elimina a alteridade para submeter tudo ao consumo e à exposição como mercadoria, intensificando o pornográfico. A expe- riência erótica tende a desaparecer.
Para Han, a atual crise da arte e da literatura pode atribuir-se em grande parte a esta diluição do outro. Para o filósofo germano-coreano, só o amor é capaz de infletir a perspetiva do eu, de fazer surgir o mundo do ponto de vista do outro, da diferença.

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