«Juan Luis Panero nasceu em Madrid em 1942.
A sua obra poética encontra-se reunida em: Poesía completa (1968-1996), Tusquets, Barcelona, 1997; e Enigmas y despedidas, Tusquets, Barcelona, 1999.
Em prosa, publicou um volume que recolhe os seus ensaios, Los mitos y las máscaras, Tusquets, Barcelona, 1994; e o livro de “memórias conversadas com Fernando Valls”, Sin rumbo cierto, Tusquets Barcelona, 2000.
No âmbito da poesia espanhola dos anos 60 e 70 os seus poemas (que configuram um dos maiores poetas actuais) representam uma intensidade e uma inovação que muito poucos quiseram reconhecer na época, o que lhe permitiu escapar incólume às disputas literárias do tempo, ao desgaste das retóricas então vigentes e surgir depois, incólume aos próprios modos como a poesia espanhola reagiria, nos anos 80, a esses modelos imediatamente anteriores. Juan Luis Panero adquire, então, o papel cimeiro de um poeta que não tem contemporâneos.
A secura pungente dos seus processos de sentimentalização, o expressionismo radical de uma redução do vivido a escassos pontos de dor essenciais (a solidão, a viagem, o fracasso, o álcool, os amores vividos e perdidos), dão forma a uma visão magoadíssima da condição individual do humano. A radicalidade do absoluto desta negatividade persistirá encantatoriamente como registo dominante da sua obra.»
Do Prefácio