Um homem de meia-idade, que durante vários anos foi executivo em Nova Iorque, instala-se em Lisboa. Espera com alguma ansiedade a chegada da mulher, enquanto avança com as obras de remodelação da nova casa.
Na vida do casal, ficou para trás uma estada em Nova Iorque marcada pelo 11 de Setembro de 2001. Ele veio à frente para preparar a mudança, enquanto Cecilia trata de transferir o seu projecto científico sobre os mecanismos neuronais que condicionam emoções como o medo.
O bairro parece tranquilo. Mas, à medida que avançam os preparativos e a promessa de um futuro aprazível, surgem sinais de uma ameaça indefinível. Talvez o primeiro sinal apareça quando o protagonista se apercebe do incessante ruído da passagem dos aviões, atravessando o Tejo em direcção ao aeroporto.
A narrativa vai revelando pouco a pouco as fissuras que se vão introduzindo na realidade que o protagonista tão laboriosamente procura construir.
SOBRE O AUTOR:
Antonio Muñoz Molina nasceu em Úbeda, em Espanha, em 1956. Formou-se em História da Arte na Universidade de Granada e em Jornalismo na Universidade de Madrid.A sua estreia como escritor deu-se em 1984, com Robinson Urbano, uma antologia de artigos publicados na imprensa. O seu primeiro romance, Beatus Ille, apareceu quando tinha 30 anos, e nele surge a imaginária Mágina, inspirada na sua cidade natal e que ressurge em várias das suas obras. É autor de 14 romances e novelas, incluindo O Inverno em Lisboa, O Ginete Polaco e Beltenebros. Recebeu por duas vezes o Prémio Nacional da Literatura em Espanha, o Prémio Príncipe das Astúrias de Letras, o Prix Fémina Étranger e o Prix Méditerranée Étranger. O seu romance Como a Sombra Que Passa fez parte da shortlist do Man Booker International Prize em 2018.Vive entre Madrid e Nova Iorque, onde dirigiu o Instituto Cervantes, e visita com frequência Lisboa, que tem sido cenário de algumas das suas obras. É membro da Real Academia Espanhola e colabora no suplemento literário Babelia no El País.