Ulisses (edição comemorativa)

EDIÇÃO COMEMORATIVA REVISTA DO CENTENÁRIO DA OBRA

GRANDE PRÉMIO DE TRADUÇÃO LITERÁRIA FRANCISCO MAGALHÃES

Ulisses é um romance de referências homéricas, que recria um dia de Dublin, a…
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22.05 

Categoria: Clássicos
Tradução: Jorge Vaz de Carvalho
EAN: 9789897832321
Data de publicação: 20220622
Nº de páginas: 752
Formato: 15,3 x 23,3 x 4,4 cms
Acabamento: capa mole
Peso: 988 gramas
Descrição completa:

EDIÇÃO COMEMORATIVA REVISTA DO CENTENÁRIO DA OBRA

GRANDE PRÉMIO DE TRADUÇÃO LITERÁRIA FRANCISCO MAGALHÃES

Ulisses é um romance de referências homéricas, que recria um dia de Dublin, a quinta-feira de 16 de Junho de 1904, o mesmo em que Joyce conheceu Nora Barnacle, a jovem que viria a ser sua mulher. Nesse único dia e na madrugada que se lhe seguiu, cruzam-se as vidas de pessoas que deambulam, conversam, tecem intrigas amorosas, viajam, sonham, bebem e filosofam, sendo a maior parte das situações construídas em torno de três personagens. A principal é Leopold Bloom, um modesto angariador de publicidade, homem traído pela mulher, Molly, e, de modo geral, o contrário do heróico Ulisses de Homero. Joyce começou a escrever esta obra em 1914, recorrendo às três armas que dizia restarem-lhe, «o silêncio, o desterro e a subtileza». Depois de várias dificuldades editoriais, Ulisses seria publicado pela Shakespeare & Company, em Paris, em 1922, no dia de aniversário de Joyce.

«Mais do que a obra de um só homem, Ulisses parece de muitas gerações […]. A delicada música da sua prosa é incomparável.» [J. L. Borges, James Joyce, 1937]

«As grandes obras em prosa do século xx são, por esta ordem, o Ulisses de Joyce; A Metamorfose de Kafka; Petersburgo de Béli, e a primeira metade do conto de fadas Em Busca do Tempo Perdido de Proust.» [Vladimir Nabokov]

SOBRE O AUTOR:
James Joyce nasceu em Dublin a 2 de Fevereiro de 1882. Era o mais velho de dez crianças de uma família que passou da prosperidade à quase pobreza. Teve acesso a uma educação privilegiada numa escola jesuíta e no University College de Dublin, onde deu provas do seu talento e cedo assumiu poses de genialidade. Aos 17 anos publicou, na Fortnightly Review, um longo estudo sobre Ibsen, autor que o levou a aprender norueguês. Em 1902 deslocou-se para Paris, com a intenção de estudar Medicina, projecto de que desistiu pouco depois para se dedicar à escrita de poemas e prosa. As obras de Dante, Shakespeare, Homero e Aristóteles despertaram o seu interesse. Regressou a Dublin em Abril de 1903 devido à doença de sua mãe, que faleceria alguns meses depois. No Verão de 1904 conheceu Nora Barnacle, uma jovem de Galway, que convenceu a acompanhá-lo para o Continente, onde planeava dar aulas de Inglês. O jovem casal passou alguns meses em Pola (actual Croácia) e, em 1905, deslocou-se para Trieste, onde, exceptuando uma estada em Roma e três viagens de Joyce a Dublin, viveram até Junho de 1915. Foi nesses períodos de separação que Joyce escreveu a Nora cartas abordando aspectos íntimos da sua vida sexual. Tiveram dois filhos, um rapaz e uma rapariga. Nora sentiu sempre uma admiração incondicional por Joyce, embora, ao que parece, nunca tenha lido nenhuma das suas obras. O primeiro livro de poemas de Joyce, Música de Câmara, foi publicado em Londres em 1907, e Dublinenses em 1914. A participação da Itália na Primeira Grande Guerra levou Joyce a deslocar-se para Zurique, onde se manteve até 1919. Durante este período publicou Retrato do Artista quando Jovem (1916) e Exílios (1918), uma peça teatral. Depois de um breve retorno a Trieste no fim da guerra, Joyce decidiu voltar para Paris de modo a poder editar Ulisses, em que trabalhava desde 1914 (ao deixar a Irlanda, jurara escrever um livro com as «três armas» que lhe restavam, «o silêncio, o desterro e a subtileza»). A obra acabou por ser publicada, pela sua amiga Sylvia Beach, na Shakespeare & Company, em Paris, no dia do seu aniversário em 1922. Ulisses trouxe-lhe fama internacional, apesar de críticas negativas, como a de Virginia Woolf, que recusou publicá-lo na The Hogarth Press. Como é sabido, o livro, de referências homéricas, recria um dia de Dublin, o 16 de Junho de 1904. Em público Joyce era lacónico e distante. Numa carta a Nora definiu-se mesmo como «um homem ciumento, solitário, insatisfeito, orgulhoso». Tinha hábitos rígidos, comendo sempre no mesmo restaurante, em Paris, às nove horas. Quase todos os escritores que com ele se davam, com excepção de Djuna Barnes, o tratavam por Mr. Joyce. Em privado era mais expansivo, sobretudo em temas teológicos. Era supersticioso e as trovoadas apavoravam-no. Tinha problemas nos olhos e fez várias operações que não impediram que um glaucoma acabasse por cegá-lo. Escreveu ainda Finnegans Wake, apesar da quase cegueira e das preocupações causadas pela doença mental da filha. Segundo Joyce, o livro, saído em 1939, daria que fazer aos críticos durante muitos anos. A obra, de difícil leitura e quase impossível tradução, foi recebida com frieza, o que amargurou os últimos anos de vida de Joyce. No começo da Segunda Grande Guerra foi viver para França. Num escrito que lhe dedicou nessa época, Borges escreveu: «James Joyce, agora, vive num apartamento em Paris, com a sua mulher e os seus dois filhos. Vai sempre com os três à ópera, é muito alegre e muito conversador. Está cego.» Em 1940, Joyce conseguiu permissão para regressar a Zurique. Aí faleceu a 13 de Janeiro de 1941, de uma úlcera perfurada. Estava prestes a fazer 59 anos e o seu génio literário era amplamente reconhecido. Está enterrado no Cemitério de Fluntern, em Zurique. A 16 de Junho, o Bloomsday, a Irlanda, com a qual teve sempre uma relação difícil, celebra-o como herói nacional.

 

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