PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA
Tradução (do norueguês) de João Reis
Prefácio de André Gide
Fome, o mais conhecido dos romances de Knut Hamsun, fala-nos das deambulações de um jovem escritor perseguido pela fome e a miséria na capital norueguesa.
Por vezes, consegue que algum jornal lhe compre um artigo que escreveu com grande esforço. Mas a fome perturba-o. Aos poucos, vai vendendo os escassos bens materiais que possui, incluindo os botões do casaco. Vai abordando os transeuntes, alternando frases de abatimento, cólera e exaltação. Mas o orgulho leva-o a recusar a mendicidade ou o roubo.
Atingindo um estado de alucinação, acaba mesmo por roer ossos. Mas, de cada vez que parece atingir a última fase de desespero, um qualquer milagre adia-a e prolonga o seu suplício. Onde haverá uma saída? Será Ylajali capaz de o ajudar a encontrá-la?
Trata-se de um livro semiautobiográfico, e ninguém antes de Knut Hamsun, saído da miséria mais completa, tinha sido capaz de contar uma tal aventura.
«Hamsun é o maior escritor de sempre.» [Thomas Mann]
«Algo de novo acontece neste livro…» [Paul Auster]
SOBRE O AUTOR:
Knut Hamsun nasceu a 4 de agosto de 1859, em Lom, na Noruega, tendo recebido o Prémio Nobel da Literatura em 1920.
Publicou mais de duas dezenas de romances, dois livros de poesia, peças de teatro, um livro de viagens e alguns ensaios.
Foi um dos escritores mais inovadores da sua geração, tendo integrado técnicas como o fluxo de consciência e o monólogo interior, influenciando Thomas Mann, Franz Kafka, Hermann Hesse e Stefan Zweig, entre outros autores.
Isaac Bashevis Singer considerou-o «o pai da moderna escola da literatura em todos os aspetos — a subjetividade, a fragmentação, o uso de flashbacks, o lirismo».
O jovem Hamsun opunha-se ao realismo e naturalismo, argumentando que o objeto principal da literatura deveria ser a complexidade da mente humana.
Foi considerado o líder da revolta neorromântica do início do século xx, com obras como Fome, Mistérios e Pan.
A sua admiração por Hitler e o apoio à ocupação da Noruega fizeram com que fosse acusado de traição depois da Segunda Guerra Mundial, tendo evitado a condenação devido à velhice e aos problemas psicológicos.