Tradução (do chinês), glossário e notas: Eugénio Graf
Ao longo de uma noite, A Morte do Sol apresenta o caos e a escuridão contra o otimismo ensolarado do sonho chinês promovido pelo presidente Xi Jinping.
Durante o crepúsculo, numa aldeia distante das montanhas de Balou, Li Niannian, um adolescente de catorze anos, percebe que algo estranho está a acontecer, pois os habitantes, em vez de se estarem a preparar para dormir, começam a aparecer nas ruas e nos campos.
Li Niannian observa-os, perplexo, até perceber que estão sonâmbulos, e que prosseguem as suas atividades diárias como se o Sol ainda não se houvesse posto. E, à medida que cada vez mais pessoas sucumbem a este estranho fenómeno, o caos começa a instalar-se.
“Uma obra-prima.” [The Guardian]
“Há poucos romancistas melhores do que Yan Lianke.” [The New York Times Book Review]
“Esta fábula, exuberante mas sinistra, confirma o seu autor como um dos romancistas mais audaciosos e enigmáticos da China.” [The Economist]
SOBRE O AUTOR:
Yan Lianke nasceu em agosto de 1958, em Song, na província chinesa de Henan. Os seus pais eram camponeses pobres sem recursos para lhe pagar um curso universitário, encorajando-o por isso a entrar no exército, o que ele fez aos vinte anos.
Em 1985, formou-se em Ciências Políticas na Universidade de Henan e, em 1991, em Literatura no Instituto de Arte do Exército Popular de Libertação.
Começara a escrever ficção em 1978, tendo saído do exército em 2004. As suas obras de pendor crítico e às vezes satírico provocaram reações do regime, tendo dois dos seus romances sido proibidos e o seu passaporte apreendido por algum tempo.
É atualmente professor no Instituto de Literatura da Universidade Renmin da China.
Além de receber por duas vezes o Prémio Literário Lu Xun, foi proposto, em 2012, para o Prémio Príncipe das Astúrias de Letras e fez parte da shortlist do Man Booker Prize por duas vezes. Em 2014, foi-lhe atribuído o prémio internacional de literatura Franz Kafka e, em 2021, o Prémio Newman para Literatura Chinesa.