«Não pretende Raul Brandão
exaltar a ideia de Pátria, face a momentos
de verdadeira crise e de humilhação nacional,
mas apresentar ambientes e razões,
motivos psicológicos e económicos, que arrastaram
Portugal para o domínio francês e sua posterior expulsão.
No entanto, não é apenas o modo de abordagem
de uma época histórica que está em causa,
é que, se a obra não pode ser considerada um romance
(não tem intriga, não há personagens inventadas,
que protagonizem um enredo mais ou menos
aliciante), também não é, de forma alguma, um
ensaio histórico, pois há demasiadas intervenções
subjectivas, demasiadas intromissões no psiquismo das
figuras do passado, para que se possa alcançar
a possível veracidade objectiva.»
Do Prefácio