POEMAS (Swinburne)

Algernon Charles Swinburne nasceu em Londres em 1837 e faleceu em 1909, tendo pois vivido em plena época vitoriana. Amigo dos pré-rafaelitas, frequentador de prostíbulos e do álcool, praticante …
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Categoria: Clássicos, Poesia
Tradução: Maria de Lourdes Guimarães
EAN: 9789727089055
Data de publicação: 20061122
Nº de páginas: 178
Formato: 13,8 x 21 cms
Acabamento: Capa Mole
Peso: 264 gramas
Descrição completa:

Algernon Charles Swinburne nasceu em Londres em 1837 e faleceu em 1909, tendo pois vivido em plena época vitoriana. Amigo dos pré-rafaelitas, frequentador de prostíbulos e do álcool, praticante de sado-masoquismo desde os tempos de estudante, foi um profundo conhecedor da cultura clássica greco-latina.
O seu livro Poems and Ballads (1866) foi considerado, pela crítica oficial, «sujo», «blasfemo» e «repugnante». Mas os círculos intelectuais ingleses mostraram-se receptivos às novas sonoridades de Swinburne, que acabou por encontrar um público que admirava a sua poesia transgressora.
Swinburne provinha da velha aristocracia inglesa. Educou-se em Eton, onde foi iniciado tanto na cultura clássica como na prática escolar da flagelação colectiva. Continuou os estudos em Oxford onde, em 1857, começou uma estimulante amizade com os pré-rafaelitas Dante Gabriel Rossetti, William Morris e Edward Burne-Jones, que ali pintavam um mural. Nesse mesmo ano recebeu a influência de Matthew Arnold, que havia sido nomeado professor de Poesia em Oxford e defendia o espiritualismo da cultura francesa contra o materialismo burguês da época vitoriana. Foi também nessa época que Whistler pôs Swinburne e os pré-rafaelitas em contacto com a obra de Baudelaire, o que funcionou para o poeta como uma revelação. Nesse mesmo ano publicou, no The Spectator, artigos sobre Victor Hugo e Baudelaire, defendendo a arte pela arte. Entretanto conhecera já a obra de Sade, a que tivera acesso através de Richard Monckton-Milnes, que possuía a melhor biblioteca de temas eróticos de Inglaterra.
Swinburne sentia um grande fascínio pelos temas da Antiguidade, que recuperava através de uma visão decadentista. A sua admiração por Safo está expressa no poema «Anactoria» — uma das amadas da poetisa de Lesbos —, considerado por Camille Paglia, em Sexual Personae, como o momento culminante da obra de Swinburne.
Para além da sua obra poética, Swinburne deixou inacabada uma novela, Lesbia Brandom, que compôs entre 1864 e 1874 e onde aborda os amores sádicos, o incesto e a homossexualidade.
O ritmo musical das poesias de Swinburne foi celebrado por Jorge Luis Borges: «a minha verdadeira estirpe é a voz, que ainda escuto, do meu pai comemorando a música de Swinburne».
E em relação à tragédia em verso «Atalanta in Calydon», C. M. Bowra escreveu em The Romantic Imagination: «Não podemos ler Swinburne sem sentir que o valor sonoro das palavras está, de certo modo, separado do seu valor intelectivo. Gozamos dos sons sem nos preocupar demasiado com o seu significado. É por isso natural comparar os “efeitos” de Swinburne com os da música».
A capacidade subversiva de Swinburne não está nos factos da sua vida nem nos temas que trata e que hoje deixaram de ser escandalosos. Está, sim, em nos dizer através das suas palavras e da emoção estética que provocam que, para citar Walter Pater, o que interessa «is not the fruit of experience, but experience itself».

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