«Deste modo, foi meteórico o percurso teórico / crítico de Jorge Figueira, entre o momento em que começou a publicar sistematicamente e aquele em que se tornou um importante interveniente no debate cultural arquitectónico português.
Na origem deste percurso e em muitas das suas características esteve, creio eu, para além da vontade de escrever e intervir, o facto de ter começado a leccionar História da Arquitectura Contemporânea em Coimbra e ter iniciado depois a preparação da sua tese de doutoramento sobre a arquitectura portuguesa dos anos de 1960 a 1980.
Ou seja, Jorge Figueira pensa e escreve baseado metodologicamente na história da cultura arquitectónica internacional e nacional dos séculos XIX e XX. (…)
O sentimento em Jorge Figueira pode ser eléctrico e uma-coisa-da-rua como em Los Angeles ou São Paulo, na arquitectura dos Morphosis ou na de Koolhaas; pode ser também táctil e tropical como no Rio ou, em Maputo, nas obras de Pancho Guedes; e ainda histórico e heróico como no bairro da Bela Vista em Setúbal ou na obra de Eisenman em Santiago.»
Do Prefácio de Paulo Varela Gomes